7/02/2024
Essa é a avaliação de José Roberto Chiarella, professor da disciplina Projeto de Vida, e da psicóloga Rosana Primi.
As redes sociais e a tecnologia, usadas em excesso, trazem sérios prejuízos educacionais e interpessoais, além de afetarem a saúde mental de crianças e adolescentes. Essa é a constatação de especialistas nas áreas citadas e, entre eles, há o entendimento de que pais e escolas têm de frear o uso desses dispositivos, para evitar quadros até mesmo irreversíveis.
O professor José Roberto Chiarella, coordenador do Colégio Objetivo, na Baixada Santista, disse que o conteúdo consumido pelos jovens atrapalha suas formações. Ele também admitiu que é uma tarefa complicada reverter os efeitos das fake news e da superexposição. “É difícil competir com redes sociais, aplicativos de vídeos e de jogos que, muitas vezes, repassam informações rasas e sem checagem jornalística”.
O especialista, que também é advogado especializado em Direito Digital, destacou que o ambiente virtual tem gerado outro problema: a violência. “O constante uso desses elementos digitais transmite pouco ou quase nada útil para a formação de um bom cidadão. Isso tira o que os especialistas chamam de visão empática. O noticiário apresenta casos de agressão a professores, diretores e coordenadores dentro da sala de aula.”
Já a psicóloga do Objetivo, Rosana Primi, salientou que esse comportamento não é o único efeito da utilização exagerada das redes. “A imersão nesse universo gerou dificuldades atencionais e mudanças nos relacionamentos, frequentemente virtuais, tornando-os superficiais. Assim, o que se vê é muita intolerância e alto grau de ansiedade, com consequências para a saúde mental”.
Diante disso, Chiarella pede que ações sejam tomadas. “Os familiares precisam trabalhar muito, para que crianças, adolescentes e jovens, no futuro, não se tornem indelicados, intolerantes, inflexíveis e sem capacidade de compreender, julgar ou discernir por falta de bom senso”.
Segundo ele, a forma de os responsáveis auxiliarem é diminuir o tempo de seus filhos no celular e/ou no computador. Aliás, para o docente, as escolas devem atuar na mesma linha. Já existem instituições agindo dessa forma. “A cidade do Rio de Janeiro proibiu o uso de celulares nas escolas municipais, inclusive no intervalo e em realização de trabalhos mesmo fora das salas de aula.
Em São Paulo, especialmente em Santos, alguns colégios particulares tomaram decisão parecida”.